Resumo: |
Utilizando técnicas da Demografia Histórica, estudou-se, para o período de 1810 a 1930, a evolução histórico-demográfica da Freguesia de Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão da Ilha, situada ao sul da Ilha de Santa Catarina. Buscou-se subsídios para o trabalho nos registros paroquiais e civis de eventos vitais da população da Freguesia; nas estimativas populacionais do século XIX; nos Censos Demográficos; nas Falias e Relatórios dos Presidentes da Província e em outros documentos não menos importantes, que estavam dispersos pelos arquivos e bibliotecas de Florianópolis. O povoamento da Freguesia prende-se a problemática da imigração açoriana para Santa Catarina e Rio Grande de São Pedro, em meados do século XVIII, com vistas a efetivar a posse lusitana desse território, também disputado por espanhóis. A população branca era, por conseguinte, formada, basicamente, por indivíduos oriundos das Ilhas açorianas e seus descendentes. Ao lado dos brancos vieram também os negros, trazidos como escravos para atender os mais variados fins. Como fruto da miscigenação destes dois grupos étnicos, integram, também, à paisagem humana da freguesia, os pardos ou mestiços. Tratava-se de um povoado onde a sobrevivência econômica se baseava, essencialmente, na exploração de gêneros da agricultura como a farinha de mandioca, o café, o feijão e outros produtos que se destinavam à sobrevivência da própria população. Até 1888, coexistiam dois segmentos populacionais, livre e escravo, comum a toda sociedade brasileira desse período, que se caracterizaram por apresentar comportamento demográfico diverso. Diversidade esta, que causava reflexos nas taxas de natalidade, nupcialidade e mortalidade e na estrutura etária e por sexo destes dois segmentos de população. A proposta desta dissertação é contribuir com mais um estudo de História Demográfica de uma freguesia catarinense e permitir estudos comparativos no âmbito regional. |