Resumo: |
O Rio de Janeiro é uma cidade que se desvenda sob múltiplas imagens, mesclando cenas de delicada beleza e violência extrema, riqueza concentrada e miséria degradante. Imersos em um cotidiano cada vez mais banalizado e angustiante, começamos a questionar os valores que norteiam a vida social, dotando-a de sentido. Essa discussão pode conduzir-nos a um momento específico da realidade brasileira - meados do século XIX - quando a construção de uma sociedade hierárquica e excludente ganhou legitimidade e penetração pela transposição dos princípios de uma moralidade mundana, voltada para a valorização da aparência, do entretenimento, do prazer e de sua representação simbólica no espaço urbano do Rio de Janeiro. Interpenetrando o social e o imaginário, a moralidade, historicamente pensada, permite novas leituras dos sonhos e crises de uma ordem e um poder que, revestidos de novas conotações, ainda hoje subsistem. |