Resumo: |
Acompanha a trajetória de uma instituição científica, o Observatório Astronômico, entre 1870 e 1890, situado no Morro do Castelo, no Rio de Janeiro. Investiga as representações de setores letrados da sociedade imperial sobre as transformações em curso no período, dando relevo, de um lado, à sua percepção dos limites impostos por uma ordem social hierarquizada; e de outro lado, à sua concepção do tempo e da história, segundo a qual o processo de nações européias contrastava com o atraso do Brasil. Defende a hipótese de que o Observatório configurava uma resposta da elite política imperial à pressão exercida por aqueles setores, sobretudo através da imprensa, na medida em que a ela era imputada, simultaneamente, a responsabilidade pela manutenção desta ordem e pelo atraso do país. Neste sentido, o evento internacional organizado para a observação da passagem de Vênus pelo disco do Sol foi tomado como caso exemplar, pois torna visível a parceria entre o Observatório e as instituições européias similares. |