Resumo: |
Esta tese pretende reconstituir a procissão do Corpo de Deus, que ocorria nas cidades da América portuguesa, durante o século XVIII. Para isso, parte da apropriação da festa de Corpus Christi pela Monarquia durante a época moderna, e particularmente, pela Monarquia portuguesa, com D. João I (Dinastia de Avis) que a introduziu no Reino. A tese tem também, por objetivo, comparar por meio de semelhanças e direrenças, as procissões realizadas nas cidades da América portuguesa às do Reino. Por conseguinte, faz uso de diferentes documentos, como editais das Câmaras, relatos de viagens e constituições episcopais, entre outros, pois busca se aproximar o mais possível da materialidade da festa nas diferentes regiões coloniais, a partir dos fragmentos sobre a mesma. Por fim, procura caracterizar a festa do Corpo de Deus tanto em sua solenidade, quanto nos seus aspectos populares. Ao dar prioridade à análise da procissão no reinado de D. João V (1708-1750) procura-se demarcar que a procissão ainda conserva as figuras, danças e representações tradicionalmente fornecidos pelos mecânicos, que faziam parte do Corpo de Deus e tendiam a ser excluídos, principalmente a partir desta época. Nesta reflexão, destaca-se o Estado de São Jorge, que é considerado um símbolo, um fragmento de recordação, na medida em que São Jorge é reminiscência dos aspectos populares da festa e, remete simultaneamente à Monarquia, pois fora acrescentado à procissão de Portugal, na época de sua introdução no Reino. |