Resumo: |
A história do livro didático brasileiro é recuperada neste trabalho no período correspondente à instalação do Estado Nacional, juntamente com a criação das escolas públicas elementares e secundárias, até a primeira década do século atual, com as propostas de ampliação da rede escolar do regime republicano. Nesta trajetória, acompanhamos a construção do saber escolar organizado pelo poder educacional, dividido entre o Estado civil e a Igreja Católica. Em meio às disputas entre os dois setores, o livro escolar desempenhava um papel fundamental na concretização dos projetos educacionais de ambas as tendências. O livro didático foi se transformando em uma importante mercadoria das empresas editoriais que se aliaram ao Estado na divulgação dessa produção cultural que tendia a se ampliar. O saber escolar contido no livro didático é analisado pelas disciplinas História Geral e do Brasil, desvendando o processo de transposição do saber erudito para o saber a ser ensinado. Dentro dessa problemática, situamos o papel dos autores dos livros didáticos de História e o "lugar" de sua produção. A partir da confecção do livro didático, na qual pudemos identificar os inúmeros agentes que interferiam em sua composição, buscamos identificar como este objeto cultural era usado por professores e alunos nos diferentes espaços escolares, detectando as questões que envolveram o processo de ensino e aprendizagem do período. |