Resumo: |
Em 1875 e anos seguintes, milhares de famílias de etnia italiana, de cidadania austríaca, foram locados no Vale do Rio Tijucas, no Distrito Colonial de Nova Trento, próximo ao litoral da então Província de Santa Catarina. Esta se encontrava em franco progresso, participando de um sistema de trocas com outras províncias e países da região do Rio da Prata, principalmente como fornecedora de alimentos. Naquele vale, rico em madeiras e de solo pobre e fortemente ondulado, o imigrante italiano, vindo da região do Trento, grupo majoritário num contingente em que participavam o luso-brasileiro, o alemão e o polonês, sofreu com a inadaptação de suas culturas tradicionais ao clima e ao mercado. No comércio formou-se a liderança social, econômica e política da comunidade. Foi o comerciante que fez a ponte entre aquela comunidade e o mundo exterior. A indústria neotrentina foi ligada, predominantemente, à madeira e à alimentação. As técnicas de transformação ainda estavam no estágio artesanal e, como nessa área vigorou o conservadorismo, isto não foi ultrapassado. Não foi diferente na agricultura, onde havia uma baixa produtividade e as terras enfraqueciam a cada ano. Os êxodos no campo foram constantes e se acentuaram nas décadas de quarenta e sessenta. Não obstante a citação constante desses fatos em muitas fontes, se quis, neste trabalho, entender como se deram as relações das variáveis que estão presentes em toda história econômica: o homem, o meio, o mercado, as ideologias, a evolução histórica, social e cultural, a evolução política e as mudanças técnicas. Para essa análise foi adotada um método que privilegia a perspectiva estrutural, mais adequado para encontrar as respostas às indagações formuladas. |