Resumo: |
Este trabalho aborda o cotidiano de Pelotas, RS, nos últimos 30 anos do Império brasileiro, que se qualifica como o período de apogeu da história da cidade - o período em que ela reuniu, durante todo o seu passado, as melhores condições econômicas, urbanas, sociais e culturais de desenvolvimento. Na primeira parte, procura-se demonstrar que a indústria do charque, estabelecida no final do século XVIII, foi o fator desencadeante do progresso econômico e da formação e consolidação urbanas ao longo de todo o século XIX, por sua vez responsáveis pela emergência das manifestações sociais e culturais que, juntamente com aquele progresso e aquela consolidação, atingem o seu ponto culminante no período referido. Na segunda e na terceira partes, são descritas essas manifestações sócio-culturais: a sociabilidade, os espetáculos teatrais, a música, as artes plásticas, a educação, a imprensa, o movimento editorial e a literatura. Procura-se deixar explícito que, dentro do século XX, a cidade não pôde reproduzir essa experiência sócio-cultural com semelhante intensidade, justamente por carecer das mesmas condições materiais de que desfrutou entre 1860 e 1890. |