Resumo: |
O tema deste trabalho é o movimento nacionalista no Brasil, no período que vai de 1953 a 1964. Tem como objetivo analisar as organizações nacionalistas, os líderes e o discurso voltado para sensibilizar as massas; mesmo analisando o discurso do Estado, a ênfase se localiza nas ações oriundas da sociedade civil, verificando diferentes graus de relacionamento entre ambos, em particular, observando a perspectiva popular de apreensão do nacional. Desta forma, demonstrando a compatibilidade da questão nacional com a teoria das classes sociais. A construção simbólica será elemento importante nesta análise: como elo unificador da visão de mundo subjacente ao discurso, e como elemento - chave na popularização do nacionalismo. A hipótese central apresentada e que, nos anos cinquenta, o movimento nacionalista elabora programa bastante articulado e de forte apelo popular, cujo o maior exemplo é a criação de Petrobras, em 1953. Os nacionalistas elaboram discursos e desenvolvem ações sintonizadas com as lutas anti-imperialistas que ocorrem em todo o mundo. No primeiro momento, desenvolve-se a luta pelo monopólio estatal de energia, seguindo-se a fase onde o Estado detém a iniciativa das ações - são os anos JK. Por último, o projeto nacional-popular atinge o seu ponto máximo de amadurecimento. O aumento da presença do Estado na gestão econômica, acompanhado da intensificação da participação popular, dilui o aspecto de "ideologia de Estado" do nacionalismo e aprofunda as contradições entre o projeto nacional-popular e o processo de expansão estrangeira no país, tendo como desfecho o golpe militar de 1964, quando saem vitoriosas as forças ligadas a este outro projeto. |