Resumo: |
Recorrendo a uma certa flexibilidade que o gênero ensaio permite, o estudo discute as relações entre forma e conteúdo, história e linguagem, numa abordagem que tenta romper as fronteiras disciplinares, buscando criar uma tensão produtiva, problematizando a noção de representação da realidade. Os pontos de interseção entre teoria, história e ficção criaram, segundo a autora, um espaço intermediário (ambíguo e provisório) para se repensar as complexas relações entre a linguagem e seus referentes. Apesar de explorar essa perspectiva, adverte a pesquisadora, não se descuidou da necessidade de evidência histórica. Toda a argumentação apoia-se na questão nominalista (a oposição res-ver-ba) que informa a fonte primária analisada. Unindo recursos estéticos (auto-reflexivos) e o seu oposto, o mundo histórico, a autora procurou criar um produto conscientemente paradoxal, onde a forma literária da paródia se sobrepõe à forma acadêmica, não para negá-la ou desrespeitá-la, mas para tentar criar formas alternativas de conhecer e descrever o passado. Este passado está presente para além de seus vestígios concretos, onde a dicotomia hierárquica entre texto e contexto confere a este último um Status metafísico teológico. Discutir estas questões através do processo da intertextualidade constitui a essência deste trabalho. |