Resumo: |
Situa o Bico do Papagaio no contexto do Brasil e de Goiás, desde a primeira presença branca até hoje. Estabelece as peculiaridades da grande região norte, onde se situava o Bico do Papagaio, chamando atenção para suas diferenças com o resto de Goiás, o que inclusive explicava sua vocação autonomista, concretizada na Constituinte de 88. Traça uma trajetória das lutas camponesas no Brasil, desde Canudos até Trombas do Formoso, no antigo médio norte goiano, passando por Contestado e pelas Ligas Camponesas. Analisando aí as relações dos camponeses com as classes dominantes, ressaltando-se o caráter pré-político de mobilizações como Canudos, cangaço e Contestado. Mas acompanha também o processo de politização das lutas. Em seguida trata diretamente das lutas pela terra no Bico do Papagaio, a partir do nosso próprio conhecimento do processo. Relata a resistência espontânea dos posseiros à grilagem e registra o aparecimento da CPT na região com seu papel na organização dos posseiros para a resistência na terra. Registra também o aparecimento da UDR, entidade que procura defender os interesses de grandes latifundiários, mas busca ampliar sua base de sustentação, ganhando o apoio até de pequenos proprietários. Finalmente, concluí que a luta no Bico do Papagaio gerou e esta gerando um setor médio rural, formado por pequenos proprietários que conquistaram sua terra através da auto-organização no sindicato e no partido político, com apoio da Igreja progressista. Verifica que agora esses pequenos proprietários enfrentam novos desafios, representados pela necessidade de aumentar a produtividade de suas terras, diversificar as culturas e assegurar ao escoamento da produção. |