Resumo: |
Investiga os acontecimentos que se deram em Goiás, no período de 1962 a 1966 e que decorrem do golpe de 1964. Utiliza o método de análise histórico-político, seguindo as indicações de Antonio Gramsci para a análise de conjuntura. A hipótese central do trabalho é que as classes dominantes agrárias, agregadas ao movimento para a derrubada do Governo João Goulart articulam uma reação ao novo regime quando as diretrizes do Governo Castelo Branco, contidas no Estatuto da Terra, ameaças os seus interesses imediatos. Como o espaço de atuação civil está restrito, encontram representação no segmento militar denominado linha dura, que disputa aos demais grupos militares a hegemonia. Para demonstra essa hipótese, a pesquisa trata do Governo Mauro Borges, das suas propostas para Goiás e das suas contradições. Mostra como os proprietários de terras, que haviam assumido a ideologia do desenvolvimento, manifestam a sua insatisfação com o Estatuto da Terra, se prestando a base civil da linha dura, expressa nas articulações feitas pela UDN quanto esse partido percebe que o espaço "revolucionário" em Goiás é ocupado pelo Governador pessedista. Essa base civil, que em Goiás provoca a deposição do Governador, vai permitir que o segmento linha dura derrote momentaneamente o projeto do grupo ESG redefinindo o regime em direção à Ditadura. |