Resumo: |
Santa Maria tem como característica básica ser centro comercial e prestação de serviços, centro militar e religioso, centro ferroviário e educacional. Resgatando uma destas características, que se acredita estar intimamente ligada as demais, optou-se, pelo estudo da atividade comercial, mais especificamente pelo estudo da classe empresarial local através do seu órgão representativo: a Câmara do Comércio e Indústria de Santa Maria (CACISM). Baseados principalmente nos Boletins Informativos e atas da CACISM acredita-se que esta, teve no período de 1969 a 1983, uma atuação direta no desenvolvimento local e regional, proporcionando na presente análise o relacionamento de sua postura e atuação com o modelo Schumpeteriano. O discurso da CACISM não foge dos padrões do discurso da classe empresarial nacional como pode-se comparar com trabalho sobre a FIESP, de Maria José Trevisan, onde o neoliberalismo e o destaque a industrialização estão presentes. Santa Maria, até meados de 1965 foi impulsionada em sua economia por estímulos externos, ou seja, a implantação da Viação Férrea Federal, a criação da Universidade Federal de Santa Maria. A CACISM assumindo a consciência de classe, que deveria ser líder do processo histórico, tenta ultrapassar tal fase procurando ser o agente efetivo e propulsor do crescimento econômico. Crescimento este, que atingiu especialmente o comércio e não a indústria, pois o objetivo maior desta entidade - a industrialização, esbarrou na política recessiva pós "milagre brasileiro" e na mentalidade histórica local de limitação. A CACISM proporcionou "inovações" à cidade de 1969 a 1983, beneficiando especialmente o desenvolvimento e manutenção da atividade comercial. A implantação do Distrito Industrial foi um "ato inovador" mal sucedido, pois a industrialização tão sonhada não se efetivou. Assim, não podemos enquadrar por completo o modelo schumpeteriano do "empresário inovador" à associação de classe local, a CACISM. |