A Dialética e a Dissidência Socialista Contemporânea

Antonio Cappi (Orientador: Laima Mesgravis)
Dissertação de Mestrado
Programa: UFG/PPGH
Defesa: 1977
Banca:
Resumo: Pretende-se uma aproximação à Dialética em seus rumos contemporâneos, a Dialética dos Dissidentes na cultura socialista, herdeira natural da esquerda hegeliana. E tudo isso, à luz do passado, que permitisse a releitura desta atitude de rejeição ao dogmatismo, em nome de um patrimônio histórico-dialético que a justificasse. Analisa-se as origens da Dialética, sobretudo verificando duas formas que ela apresentou no decorrer dos séculos: a Dialética Mental e a Dialética Real, até receber sua estruturação com Hegel (fundador da metodologia Dialética), Marx (que a aplicou à análise da história), Engels (que a estendeu à Natureza como um todo) e Stalin (que a transformou no "catecismo dogmático" do militante). Demonstra-se como a dogmatização da Dialética, em sua "etapa stalinista", tentou criar uma visão do mundo que desse uma resposta científica a todos os problemas: lógicos, metodológicos, gnoseológicos, epistemológicos, ônticos e políticos. Relata-se a reação dos cientistas que, fartos do dogmatismo dialético e segundo a Teoria da Relatividade, recusaram simplesmente a Dialética Ideológico-Dogmática e transformaram a mesma numa mera "atitude Mental de Pesquisa". A Dialética tinha mudado de dono: da mão dos filósofos, tinha passado à mão dos cientistas. Analisa-se o esforço feito pelos Dialéticos Dogmáticos, na tentativa de se justificarem perante os inventos científicos, as dificuldades em encontrar racionalizações que pudessem tranqüilizar as bases partidárias, abaladas pela nova teoria da relatividade, que destruía o dogmatismo dialético. Por fim tenta-se interpretar a posição dos dissidentes atuais, escolhendo três entre eles (Garaudy, Djilas e Silone) que melhor representam o pensamento de todos os dialéticos, inconformados com o dogmatismo oficial, abertamente críticos frente às limitações da Dialética Científica, teimosamente engajados em relativizar a Dialética, como Fato Mental e Real, desejosos de quebrar os grilhões da necessidade e trilhar os caminhos da liberdade criadora.
Páginas: 139
Observações: Arquivo dividido em três partes - ver link.
URL: https://pos.historia.ufg.br/n/20885-ano-1977-dissertacoes