Resumo: |
Pretendeu-se fazer a História Demográfica da Colônia Nacional Angelina, desde a sua criação em 1860, até 1950, sendo que em alguns aspectos se conseguiu avançar até 1961, ano do seu desmembramento de São José, quando passou a constituir o Município de Angelina. A Colônia Nacional Angelina foi criada por Francisco Carlos de Araújo Brusque, por ato de 10 de dezembro de 1860, em terras devolutas, com a finalidade de receber o excedente da população luso-brasileira das áreas litorâneas, fruto da má distribuição das "sesmarias" aos açorianos e seus descendentes. Mais tarde a Colônia passou a receber populações de origem germânica, primeiro da Colônia Santa Isabel e, depois, da Colônia São Pedro de Alcântara, que devido à infertilidade das terras, o isolamento da área e a proximidade entre as Colônias foram se fixar na Colônia Nacional Angelina. Ao ser criada, a Colônia teve como limites o Rio Garcia, o Ribeirão de Mundéus, o Rio Tijucas e fundos para São Pedro de Alcântara, ficando distante 50 km de São José (SC), com 9.000.000 de braças quadradas (43.560.000 m2), ampliado ao dobro, por ato de 27 de janeiro de 1866. Ao ser criado o Município, em 1961, Angelina passou a fazer limites com os Municípios de Biguaçu, São José, Santo Amaro da Imperatriz, Rancho Queimado, Bom Retiro e Major Gercino. Pretendeu-se relacionar a área geográfica da Colônia Nacional Angelina, com o seu desenvolvimento econômico, que aliado às dificuldades de comunicação e transporte, resultou no pequeno progresso da Colônia. Por outro lado, a atitude governamental foi a de uma política de completo abandono, pois sempre preferiu a colonização estrangeira à nacional. O trabalho, que é baseado nos métodos e técnicas da História Demográfica, identifica as etapas na ocupação populacional da área: Os luso-brasileiros, os alemães vindos das Colônias vizinhas (Santa Isabel e São Pedro de Alcântara); a estagnação no desenvolvimento demográfico, bem como o comportamento do quadro mais atual e as suas implicações no Município de Angelina. O estudo partiu do pressuposto de que o comportamento demográfico era o de populações "tradicionais", com famílias numerosas, trabalhos em atividades ligados à agricultura, casamentos precoces e mortalidade infantil em geral elevada. Daí a grande contribuição da História Demográfica, que possibilitou determinar os níveis então vigentes de fecundidade, nupcialidade e mortalidade, nas suas grandes linhas de tendência. Os dados possibilitaram o estudo do movimento sazonal, com o objetivo de verificar a influência da Igreja, do clima e da economia sobre os eventos vitais da população. Para alcançar os objetivos propostos no trabalho a pesquisa baseou-se principalmente em fontes primárias, usando o Arquivo Histórico-Eclesiástico da Arquidiocese de Florianópolis, o Arquivo Público do Estado, dados do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e a Biblioteca Pública do Estado, além das fontes secundárias dispersas em livros, jornais e revistas relacionados com o tema. Por fim, esta dissertação apresenta-se como uma contribuição aos estudos demográficos catarinenses porque revela dados extraídos de fontes inexploradas, como os registros paroquiais e as demais fontes primárias nas quais a pesquisa se baseou. Isso, sem dúvida, ajudará a conhecer melhor a população ora estudada, como também poderá conduzira novas pesquisas que, somadas as já existentes, servirão para ampliar a história regional. |