Resumo: |
Até a atualidade muito pouco se tem pesquisado em torno das características histórico-morfológicas, principalmente no que se refere à paisagem edificada e à evolução da malha viária de Florianópolis. O presente trabalho, que é um estudo histórico-urbanístico prévio a uma focalização mais histórico-artística da morfologia urbana, tem por objetivo apresentar o processo histórico de mutação da paisagem da área central de Florianópolis representada pelo polígono triangular, que limitam as baías norte e sul e o Morro do Antão, no lapso cronológico compreendido entre os anos de 1850 e 1930. O período escolhido insere-se entre duas fases de intervenções distintas sobre a cidade. A primeira, anterior 1850, foi rica em ações de cunho colonizador, dirigida ao povoamento para a posse e ao domínio e à defesa da região. A segunda, posterior àquela data caracterizou-se por ações de natureza expansionista e modernizadora, visando destacar a capital do Estado no contexto nacional, através da adoção de algumas das múltiplas descobertas científicas e tecnológicas que alcançaram repercussão mundial no início do século XIX. É o caso do emprego das modernas técnicas de engenharia, construção e industrialização e do uso de novas máquinas e de materiais, como o vidro, o ferro, os combustíveis, além da atenção especial pelos aspectos de higiene, segurança, modernidade e produtividade, incluindo o uso da energia elétrica. O trabalho registra que, no período intermediário a estas duas fases (c.1880-c.1900), a cidade consolidou as características formais de sua implantação inicial e sofreu as primeiras intervenções que haviam de definir a estrutura de uma cidade formalizada no período do ecletismo arquitetônico, comum às capitais brasileiras nesta época. Este estudo histórico apresenta duas grandes abordagens. A primeira, (Capítulos 1, 2, 3 e 4), consubstancia-se numa análise cronológica das imagens cartográficas, iconográficas e textuais que resgatamos, ou criamos. A segunda abordagem, (Capítulos 5, 6, 7 e 8), utiliza-se do mesmo espaço territorial, subdividindo-o em regiões ou conjuntos urbanos, sujeitos às problemáticas específicas e às peculiaridades dos bairros que conformaram. O texto pesquisado nos arquivos Público Estadual, do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, e nas bibliotecas Estadual, da Universidade Federal de Santa Catarina, do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, além de outros arquivos menores se apoia em mapas, tabelas e fotos alusivas ao tema proposto e pretende avalizar as bases para um ulterior estudo histórico-artístico da capital catarinense. |