Resumo: |
A dissertação tem como objeto a problemática da fixação da presença europeia na América Portuguesa. Levou-se a cabo um estudo de caso, baseado no episódio da França Antártica, ou seja, a tentativa de ocupação francesa na baía de Guanabara em meados do século XVI. Empreendeu-se a crítica do objeto, a partir da análise historiográfica, em torno dos estudos fundadores do tema e de sua associação com os estudos posteriores que permaneceram petrificados e aprisionados, segundo a mesma perspectiva de abordagem e sem inovações, a não ser a demarcação da rubrica das invasões ou da presença estrangeira. Em seu desdobramento procurou-se apresentar a inserção dos acontecimentos no quadro das disputas pela liberalização dos mares no século XVI, demonstrando como a empresa francesa se sustentava na prática do escambo, conformando-se em feitoria. De resto, indica-se a articulação da reação lusitana, após a derrocada dos franceses em 1560 com o desenvolvimento de movimentos guerreiros contra as tribos locais, definindo a afirmação do domínio lusitano na região com a fundação definitiva da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Por fim, procurou-se caracterizar o processo conquistador na América Portuguesa como produto da ação estatal metropolitana. |