A Noção de Civilização na União dos Construtores do Império (A Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: 1838-1850/60)

Heloisa Maria Bertol Domingues (Orientador: Afonso Carlos Marques dos Santos)
Dissertação de Mestrado
Programa: UFF/PPGH
Defesa: 1990
Banca:
Resumo: O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, criado em 1838, tinha como objetivo fazer a história do Brasil, para assentar as bases da nacionalidade, defende a autora. E a sua Revista funcionou como um veículo das idéias dos sócios da instituição, acrescenta. O discurso sobre índios, cuja incidência era forte na instituição, aparece sob a forma de um debate a respeito da construção da história em função do nacional. Este discurso constitui-se num sistema ideológico orientado - do ponto de vista simbólico - pela noção de civilização e - sob o aspecto não-simbólico - articulava-se à conjuntura vivida pelos agentes. A noção de civilização. esclarece a pesquisadora, nasceu da filosofia das Luzes e o valores que a formaram dividiram os autores quanto às questões da escravidão, do povoamento do interior, enfim, da manutenção da unidade interna e da autonomia do país frente aos demais Estados. Da necessidade de construir o Império sob uma ordem diferente surgiu a possibilidade de civilizar os índios, tornando-os parte da Nação. Tal possibilidade, conclui, alinharia os agentes do discurso em lados opostos: alguns pugnando pela representação do índio como símbolo nacional e outros rechaçando essa proposta.
Páginas: 197
URL: Tese não digitalizada