Saúde e Doença na Província do Paraná (1853-1889)

Márcia Teresinha Andreatta Dalledone (Orientador: Jayme Antonio Cardoso)
Tese de Doutorado
Programa: UFPR/PPGHIS
Defesa: 1989
Resumo: Este estudo analisa saúde e doença na Província do Paraná (1853-1889), sob a ótica da relação Estado-sociedade. Para tanto, privilegia o discurso teórico de século XIX, a ação efetiva do Estado e a reação da sociedade, sobretudo durante os surtos epidêmicos, quando a doença domina de forma mais intensa. A pesquisa vale-se do exame da documentação oficial, que se submete, no período estudado, a um padrão unificador imposto pelo governo imperial. Para o desenvolvimento dessa análise, optou-se pela reconstrução do quadro epidêmico-patológico provincial, deixando de lado as doenças endêmicas. Procurou-se, também, abranger as transformações ocorridas no setor da saúde pública, bem como demonstrar a inter-relação do "saber científico" e das atitudes da população face às particularidades dos problemas de ordem epidêmica. O plano de trabalho estabelecido obedece a uma distribuição em três capítulos: a) O primeiro refere-se à questão das fontes, constituindo-se no instrumento a partir do qual é possível o estudo das políticas de saúde e das doenças epidêmicas provinciais. b) O segundo capítulo parte da noção de saúde na época, sua manifestação a nível institucional na Província e como o Estado assume a organização da saúde na prática. c) O terceiro capítulo é específico sobre as doenças epidémicas que grassam no Paraná Provincial e suas múltiplas relações na prática social cotidiana. As respostas obtidas pela análise realizada mostram dois momentos distintos no comportamento patológico da população paranaense, responsáveis por mudanças na postura do Estado face ao confronto das questões entre saber e prática médica. Observa-se ainda, sobre os flagelos epidêmicos que mais freqüentemente dizimaram a população, que estes não levaram a crises demográficas. Constata-se, finalmente, a interação das políticas de saúde adotadas pelo Estado e as atitudes da população frente às doenças epidêmicas.
Páginas: 396
URL: https://hdl.handle.net/1884/27169