"Reação e Resistência": O Escravo na Cidade do Rio de Janeiro de 1870 a 1888

Eduardo Marques da Silva (Orientador: Ciro Flamarion Santana Cardoso)
Dissertação de Mestrado
Programa: UFRJ/PPGHIS
Defesa: 1988
Banca:
Resumo: Esta dissertação busca verificar a reação e resistência dos escravos ao regime escravista, no período de 1870 até 1888, à luz da violência aplicada pelo proprietário nas relações entre os dois, assim como da ação cotidiana do aparelho regressivo da corte, que atendia aos interesses dos setores sociais mais importantes do Império. Constrói um quadro da violência, ocupando-se com as condenações feitas à escravidão brasileira, ou seja, com as oposições abolicionistas ao regime em questão. O primeiro capítulo é uma abordagem geral e sumária do perfil da cidade do Rio de Janeiro na época pesquisadora. O segundo capítulo cuida de observar o "tratamento dispensado ao escravo". O seu primeiro item trata dos "maus tratos físicos", apresentados através de fontes primárias como de resto em todo trabalho. Surge aí o tratamento violento reservado aos escravos. Noutro item, intitulado "atividade de prostituição, buscamos verificar a violência e a reação (ou seja, a resposta das escravas), neste setor marginal de atividades presentes na sociedade do Império. O item que trata dos "mecanismos burocráticos morosos: o exemplo dos "africanos livres" apresenta a morosidade da burocracia como um desdobramento da intenção de manter o elemento africano como presa fácil aqueles que, porventura, usassem de seus serviços. A violência do regime escravista aparece aí e é contra ela que se insurgirá o escravo. No item intitulado "escravos alforriados da Guerra do Paraguai" e apresentado também um outro aspecto da violência, no caso, contra os escravos que lutavam no exército brasileiro na Guerra do Paraguai e, após seu regresso, se tornavam um "bem de evento". No terceiro capítulo verificamos a questão da reação e resistência propriamente ditas ao observarmos em primeiro lugar sua existência na "ação individual" dos escravos, que é primeiro item, em que se apresenta a rebeldia de escravos isolados. Depois apresentamos o item "ação coletiva", no qual mostramos os escravos mais organizados em sua luta de reagir em contra o estado de coisas em que estavam envolvidos e também contra os senhores e os agentes da lei. Aí apresentamos várias formas de reação e resistência: "o suicídio coletivo" os "capoeiras", as "insubordinações coletivas".
Páginas: 141
URL: Tese não digitalizada