Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982)
Sérgio Buarque de Holanda dedicou-se ao desenvolvimento de um campo especializado de produção de conhecimento acadêmico, articulado a uma política de constituição de acervos, preservação de patrimônio histórico, artístico, arqueológico e etnológico; bem como da sistematização de museus, periódicos e circulação nacional e internacional de intelectuais. Suas maiores preocupações foram certamente a continuidade dos projetos, dado o quadro político instável do Brasil no período, e a integração das instituições de maneira coordenada. Foi contratado para lecionar na recém-fundada Universidade do Distrito Federal, idealizada por Anísio Teixeira, entre 1936 e 1939; Diretor do Museu Paulista, entre 1946 e 1954; Professor da Cátedra de Estudos Brasileiros na Universidade de Roma, entre 1952-1954, desde 1956, professor de História da Civilização Brasileira no Departamento de História da Universidade de São Paulo, elevado a professor titular com a tese Visão do Paraíso, os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. Além da consolidação da atuação como formador, consolidando um grupo de pesquisadores, Sérgio Buarque de Holanda teve uma atuação importante na universidade em duas frentes: na fundação e organização (como primeiro diretor) do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP), em 1962 e como organizador dos sete primeiros volumes da coleção História Geral da Civilização Brasileira (foi autor integral do sétimo volume ou 5º do segundo tomo, Da Monarquia à República. Em 1969 se aposentou em solidariedade aos professores compulsoriamente afastados pelo AI-5. Sérgio Buarque teve um papel significativo na resistência política contra a Ditadura Militar contribuindo com a fundação do Centro Brasil Democrático, em 1977, e o Partido dos Trabalhadores, em 1980.
Verbete biográfico por Thiago Lima Nicodemo, Unicamp.